Quem sou eu
Existem algumas maneiras que você possa ter utilizado para chegar a este portfólio. Uma delas é a descoberta da minha página em sites de busca (como o Google, por exemplo), outra é através do link direto que você pode ter encontrado em minha página pessoal ou ter recebido por intermédio de um amigo. A não ser que você tenha lido minha página epônima (Jean Costa), acredito que saiba pouco sobre mim. Neste caso, vou lhe prover com uma breve introdução.
Meu nome é Jean Costa e sou aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sou professor desde os 15 anos e trabalhei em ONGs e diferentes instituições de ensino, sendo uma delas um centro de informação (ensino de jovens) na Eslováquia. No momento, sou professor de inglês em um curso livre em BH, onde leciono para alunos de todas as idades.
Meu objetivo com este portfólio é registrar as experiências vividas em salas de aula de inglês no Ensino Fundamental de uma escola regular na cidade de Belo Horizonte. Apresento também uma breve análise de artefatos acompanhada de reflexões sobre a atual situação do ensino de inglês. Ao contrário do meu primeiro portfólio (leia AQUI), desta vez optei por traçar um objetivo direto e específico: responder a questão do livro adotado durante nosso curso de Análise da Prática e Estágio do Inglês 2 (leia sobre ele na seção Narrativa) relacionando as experiências da sala de aula com o material oferecido no livro.
Espero que meu portfólio possa propiciar a outros professores um breve panorama do contexto da sala de aula além de abrir portas para trocas de informação e contatos no futuro. Acima de tudo, espero ser capaz de motivar aprendizes de inglês respondendo positivamente à questão proposta.
Meu nome é Jean Costa e sou aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sou professor desde os 15 anos e trabalhei em ONGs e diferentes instituições de ensino, sendo uma delas um centro de informação (ensino de jovens) na Eslováquia. No momento, sou professor de inglês em um curso livre em BH, onde leciono para alunos de todas as idades.
Meu objetivo com este portfólio é registrar as experiências vividas em salas de aula de inglês no Ensino Fundamental de uma escola regular na cidade de Belo Horizonte. Apresento também uma breve análise de artefatos acompanhada de reflexões sobre a atual situação do ensino de inglês. Ao contrário do meu primeiro portfólio (leia AQUI), desta vez optei por traçar um objetivo direto e específico: responder a questão do livro adotado durante nosso curso de Análise da Prática e Estágio do Inglês 2 (leia sobre ele na seção Narrativa) relacionando as experiências da sala de aula com o material oferecido no livro.
Espero que meu portfólio possa propiciar a outros professores um breve panorama do contexto da sala de aula além de abrir portas para trocas de informação e contatos no futuro. Acima de tudo, espero ser capaz de motivar aprendizes de inglês respondendo positivamente à questão proposta.
Como aprendi inglês (uma breve reflexão)
A seguinte narrativa é a resposta a uma proposta feita durante a aula de Análise da Prática e Estágio 2 da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Ela se baseia no livro adotado durante o curso, INGLÊS em escolas públicas não funciona? uma questão, múltiplos olhares organizado por Diógenes Cândido de Lima, que se baseia em uma narrativa de um professor de inglês que teve experiências frustradas durante o período em que estudou em escola pública. Ela não visa apenas reproduzir minhas experiências pessoais em sala de aula de forma a copiar a proposta do livro, mas oferecer a mim mesmo (e ao leitor) uma chance para refletir sobre meu papel no meu próprio processo de aprendizagem.
Ao basear-me em uma perspectiva crítica, ofereço, logo após a narrativa, uma proposta de questionamento que gostaria que você, leitor, fizesse. Se após a leitura você se sentir confortável para dividir suas impressões comigo, sinta-se à vontade para me escrever na seção Contato.
Ao basear-me em uma perspectiva crítica, ofereço, logo após a narrativa, uma proposta de questionamento que gostaria que você, leitor, fizesse. Se após a leitura você se sentir confortável para dividir suas impressões comigo, sinta-se à vontade para me escrever na seção Contato.
Narrativa: minha aprendizagem de inglês
Eu sempre tive o desejo de estudar inglês. Eu me lembro de quando era pequeno e assistia às propagandas de escolas de inglês na televisão. Eu tinha muita vontade de fazer parte daquele mundo e entender o que as pessoas nos filmes falavam. Uma das propagandas que mais me marcou (embora eu não entendesse nada na época) foi uma na qual um disco voador pousa na Terra e os alienígenas falam inglês. O rapaz que se depara com eles é incapaz de se comunicar e percebe como uma segunda língua é importante. Confesso que o que chamou minha atenção foi a qualidade dos efeitos da propaganda e os sons que os alienígenas faziam que eu não era capaz de entender (hoje em dia consigo me lembrar do som e, como falante de inglês, saber que eles diziam: “You speak English, don’t you?”).
Eu também me lembro de como imaginava inglês como uma série de sons sem sentido – uma simples questão enrolar a língua e pronto. Minha irmã mais nova e eu costumávamos enrolar a língua em lugares públicos e fingir que falávamos outro idioma. Nos perguntávamos se as pessoas imaginavam que éramos estrangeiros... Hoje eu penso que elas provavelmente achavam que éramos loucos.
Como vim de família carente, não tive a oportunidade de estudar inglês em um curso de idiomas até a adolescência. Eu me lembro que meu primeiro contato com a língua foi jogando videogame e lendo o dicionário que minha irmã mais velha tinha. A primeira palavra que aprendi foi “sorry”, pois era a primeiríssima palavra que aparecia logo na primeira fase do jogo Super Mario Bros do Super Nintendo. A presença de inglês nos jogos, livros, revistas e filmes faziam com que eu ficasse extremamente curioso para entendê-lo. Assim, confesso que aguardei ansiosamente pelo meu primeiro dia de aula na quinta série, quando teria inglês pela primeira vez.
Minha decepção foi enorme. As aulas eram uma bagunça. A professora não se demonstrava muito interessada em ensinar e os alunos também não pareciam ter vontade de aprender. Todos conversavam muito e ninguém ia a lugar nenhum. Estudamos o verbo “to be” por um ano todo e tudo o que fazíamos era tentar traduzir textos. Não vou negar que, pelo menos, ela sempre tinha uma atividade em mãos. Toda a aula tinha uma tarefa, mesmo que a mesma não funcionasse e ninguém se interessasse em fazê-la.
Foi naquela época que me matriculei para aulas de inglês em uma ONG para crianças dotadas de talento na minha cidade. Eu já frequentava a ONG desde os oito anos, mas nunca havia demonstrado muito interesse no inglês em especial. Diante do ensino que presenciei na escola, contudo, percebi que precisava fazer algo a mais se quisesse falar outro idioma um dia. Assim, comecei a participar de aulas em um prédio no centro da cidade, duas vezes por semana, a tarde. Mais um desapontamento.
A professora que oferecia as aulas era voluntária. Era uma adolescente que falava pouco inglês e nos ensinava apenas vocabulário isolado. Em um dia estudávamos frutas, no outro, cores, etc. Não falávamos inglês, mas só repetíamos palavras. Para mim, aquilo era insuportável. Sempre fui uma criança hiperativa e, sentar e repetir eram o sinônimo de chatice para mim. Assim, desisti do curso antes do fim do semestre e fiquei um ano sem ter nenhum contato com a língua fora da escola regular.
No início do ano seguinte, a mesma ONG onde eu estudara me ofereceu uma bolsa de inglês em um curso de idiomas na minha cidade. Comecei imediatamente. Como não tinha dinheiro, ganhei um xerox do livro e fui, muito animado, para a primeira aula. Ainda não sei o motivo pelo qual não gostei das aulas. Eu sentia um tipo de ressentimento vindo da parte do professor, que também era dono do lugar. Várias vezes eu senti como se ele não gostasse de mim e me tratasse de forma diferente por ser bolsista. Eu também achava as aulas nada motivadoras, com atividades onde usávamos pouco inglês, mas éramos expostos a muita explicação na língua, o que eu não entendia.
Decidi abandonar o curso e estudar inglês em casa. Minha mãe ganhou alguns livros de conversação de uma patroa que teve na época e eu comecei a ouvir e repetir o que o livro trazia. Foi nessa época também que me envolvi com música em inglês, em especial com Avril Lavigne, que era febre na minha adolescência. Passava horas ouvindo as músicas e traduzindo as letras. Em menos de seis meses, eu já conseguia produzir algumas frases e me comunicar de uma forma razoável em inglês. Foi naquele momento em que comecei a dar aulas.
Hoje em dia eu reconheço como foi arriscado e desrespeitoso com meus alunos. Eu era voluntário na mesma ONG onde havia estudado e dava aula para adolescentes e crianças. Eu ensinava vocabulário e explicava a gramática da língua (que eu sempre estudava em casa antes de entrar em sala). Devo dizer que foi a época em que aprendi mais em menos tempo. Embora não soubesse muito sobre a língua, os aprendizes pareciam gostar muito da variedade de atividades que eu trazia para as aulas. Escrevíamos juntos, criávamos, desenhávamos... Acho que fiz um bom trabalho levando em conta o quão mal preparado eu era.
No ano seguinte eu recebi uma oportunidade de participar de um Summer Camp na Eslováquia. O processo de seleção consistia em fazer aulas de inglês todos os dias da semana com professores diferentes (um por dia). Foi nesta época que eu aprendi mais do que nunca. Ao fim de seis meses, meu nível de inglês já era intermediário.
Quando voltei do Summer Camp, eu me fiz aulas de inglês na ONG com uma turma por dois semestres. Aquelas foram as melhores aulas da minha vida. A professora era realmente interessada, nos fazia conversar, e sempre tinha atividades diferentes na manga. Foi naquela época que comecei a dar aulas oficialmente – aos dezesseis anos. Eu me lembro que muitas das atividades consistiam em criar diálogos utilizando vocabulário e estruturas do livro, entrevistar colegas, e falar, falar, falar... Exatamente o que eu procura.
Ao fim do ano, eu recebi outra bolsa da ONG para fazer aulas particulares, pois havia aprendido rápido demais e eles não tinham um grupo com o meu nível. Assim, fui para a professora particular, onde me preparei para meu intercâmbio. Parti depois de dois semestres para a Eslováquia onde dei aulas de inglês por um ano.
Na Europa, eu aperfeiçoei meu inglês e fiz curso preparatório para o exame FCE de Cambridge. Nunca fiz o teste por razões financeiras, mas aprendi mais sobre a língua e pude preencher lacunas que haviam sido deixadas em minha formação "quebrada". Ao retornar para o Brasil, decidi estudar inglês na faculdade e prestei vestibular para a UFMG. Consegui meu primeiro emprego na minha cidade, onde trabalhei por dois meses até o resultado do vestibular. Foi quando juntei dinheiro e parti para a capital.
Em Belo Horizonte, eu dei aulas em uma escola de inglês – curso livre – fiz estágio no COLTEC e retornei para o mercado de trabalho – na Cultura Inglesa – onde trabalho até hoje. Lá, estudei inglês e me preparei para o exame CAE de Cambridge, que passei com nota máxima, e me dediquei a aperfeiçoar minha pronúncia, gramática e vocabulário. No momento, estou me preparando para viajar para a Inglaterra, onde farei um curso para professores – terei aulas tanto de inglês avançado quanto de estratégias de ensino.
Nunca gastei um centavo com aulas de inglês. Sempre tive oportunidades que agarrei para aprender o idioma. Estudei muito em casa e sempre levei a língua a sério. Também devo dizer que aprendi muito pouco na escola. De fato, tive apenas dois professores lá: uma que me acompanhou da quinta a oitava série, como relatei; e outro que me acompanhou pelo ensino médio. O professor do ensino médio nos mandava apenas traduzir textos para o português. Apesar de falar inglês fluente e ter morado fora, a única vez em que falou comigo em inglês foi em um dia em que me perguntou: "What day is today?". Ele parecia, de fato, mais interessado em ensinar história e geografia do que a própria língua.
Eu posso contar, no total, oito professores que participaram diretamente do meu aprendizado de inglês. Apenas dois deles realmente me inspiraram. Os outros me ensinaram o que não queria fazer quando me formasse e me policio frequentemente para não cometer o mesmo erro que eles.
Eu sempre tive o desejo de estudar inglês. Eu me lembro de quando era pequeno e assistia às propagandas de escolas de inglês na televisão. Eu tinha muita vontade de fazer parte daquele mundo e entender o que as pessoas nos filmes falavam. Uma das propagandas que mais me marcou (embora eu não entendesse nada na época) foi uma na qual um disco voador pousa na Terra e os alienígenas falam inglês. O rapaz que se depara com eles é incapaz de se comunicar e percebe como uma segunda língua é importante. Confesso que o que chamou minha atenção foi a qualidade dos efeitos da propaganda e os sons que os alienígenas faziam que eu não era capaz de entender (hoje em dia consigo me lembrar do som e, como falante de inglês, saber que eles diziam: “You speak English, don’t you?”).
Eu também me lembro de como imaginava inglês como uma série de sons sem sentido – uma simples questão enrolar a língua e pronto. Minha irmã mais nova e eu costumávamos enrolar a língua em lugares públicos e fingir que falávamos outro idioma. Nos perguntávamos se as pessoas imaginavam que éramos estrangeiros... Hoje eu penso que elas provavelmente achavam que éramos loucos.
Como vim de família carente, não tive a oportunidade de estudar inglês em um curso de idiomas até a adolescência. Eu me lembro que meu primeiro contato com a língua foi jogando videogame e lendo o dicionário que minha irmã mais velha tinha. A primeira palavra que aprendi foi “sorry”, pois era a primeiríssima palavra que aparecia logo na primeira fase do jogo Super Mario Bros do Super Nintendo. A presença de inglês nos jogos, livros, revistas e filmes faziam com que eu ficasse extremamente curioso para entendê-lo. Assim, confesso que aguardei ansiosamente pelo meu primeiro dia de aula na quinta série, quando teria inglês pela primeira vez.
Minha decepção foi enorme. As aulas eram uma bagunça. A professora não se demonstrava muito interessada em ensinar e os alunos também não pareciam ter vontade de aprender. Todos conversavam muito e ninguém ia a lugar nenhum. Estudamos o verbo “to be” por um ano todo e tudo o que fazíamos era tentar traduzir textos. Não vou negar que, pelo menos, ela sempre tinha uma atividade em mãos. Toda a aula tinha uma tarefa, mesmo que a mesma não funcionasse e ninguém se interessasse em fazê-la.
Foi naquela época que me matriculei para aulas de inglês em uma ONG para crianças dotadas de talento na minha cidade. Eu já frequentava a ONG desde os oito anos, mas nunca havia demonstrado muito interesse no inglês em especial. Diante do ensino que presenciei na escola, contudo, percebi que precisava fazer algo a mais se quisesse falar outro idioma um dia. Assim, comecei a participar de aulas em um prédio no centro da cidade, duas vezes por semana, a tarde. Mais um desapontamento.
A professora que oferecia as aulas era voluntária. Era uma adolescente que falava pouco inglês e nos ensinava apenas vocabulário isolado. Em um dia estudávamos frutas, no outro, cores, etc. Não falávamos inglês, mas só repetíamos palavras. Para mim, aquilo era insuportável. Sempre fui uma criança hiperativa e, sentar e repetir eram o sinônimo de chatice para mim. Assim, desisti do curso antes do fim do semestre e fiquei um ano sem ter nenhum contato com a língua fora da escola regular.
No início do ano seguinte, a mesma ONG onde eu estudara me ofereceu uma bolsa de inglês em um curso de idiomas na minha cidade. Comecei imediatamente. Como não tinha dinheiro, ganhei um xerox do livro e fui, muito animado, para a primeira aula. Ainda não sei o motivo pelo qual não gostei das aulas. Eu sentia um tipo de ressentimento vindo da parte do professor, que também era dono do lugar. Várias vezes eu senti como se ele não gostasse de mim e me tratasse de forma diferente por ser bolsista. Eu também achava as aulas nada motivadoras, com atividades onde usávamos pouco inglês, mas éramos expostos a muita explicação na língua, o que eu não entendia.
Decidi abandonar o curso e estudar inglês em casa. Minha mãe ganhou alguns livros de conversação de uma patroa que teve na época e eu comecei a ouvir e repetir o que o livro trazia. Foi nessa época também que me envolvi com música em inglês, em especial com Avril Lavigne, que era febre na minha adolescência. Passava horas ouvindo as músicas e traduzindo as letras. Em menos de seis meses, eu já conseguia produzir algumas frases e me comunicar de uma forma razoável em inglês. Foi naquele momento em que comecei a dar aulas.
Hoje em dia eu reconheço como foi arriscado e desrespeitoso com meus alunos. Eu era voluntário na mesma ONG onde havia estudado e dava aula para adolescentes e crianças. Eu ensinava vocabulário e explicava a gramática da língua (que eu sempre estudava em casa antes de entrar em sala). Devo dizer que foi a época em que aprendi mais em menos tempo. Embora não soubesse muito sobre a língua, os aprendizes pareciam gostar muito da variedade de atividades que eu trazia para as aulas. Escrevíamos juntos, criávamos, desenhávamos... Acho que fiz um bom trabalho levando em conta o quão mal preparado eu era.
No ano seguinte eu recebi uma oportunidade de participar de um Summer Camp na Eslováquia. O processo de seleção consistia em fazer aulas de inglês todos os dias da semana com professores diferentes (um por dia). Foi nesta época que eu aprendi mais do que nunca. Ao fim de seis meses, meu nível de inglês já era intermediário.
Quando voltei do Summer Camp, eu me fiz aulas de inglês na ONG com uma turma por dois semestres. Aquelas foram as melhores aulas da minha vida. A professora era realmente interessada, nos fazia conversar, e sempre tinha atividades diferentes na manga. Foi naquela época que comecei a dar aulas oficialmente – aos dezesseis anos. Eu me lembro que muitas das atividades consistiam em criar diálogos utilizando vocabulário e estruturas do livro, entrevistar colegas, e falar, falar, falar... Exatamente o que eu procura.
Ao fim do ano, eu recebi outra bolsa da ONG para fazer aulas particulares, pois havia aprendido rápido demais e eles não tinham um grupo com o meu nível. Assim, fui para a professora particular, onde me preparei para meu intercâmbio. Parti depois de dois semestres para a Eslováquia onde dei aulas de inglês por um ano.
Na Europa, eu aperfeiçoei meu inglês e fiz curso preparatório para o exame FCE de Cambridge. Nunca fiz o teste por razões financeiras, mas aprendi mais sobre a língua e pude preencher lacunas que haviam sido deixadas em minha formação "quebrada". Ao retornar para o Brasil, decidi estudar inglês na faculdade e prestei vestibular para a UFMG. Consegui meu primeiro emprego na minha cidade, onde trabalhei por dois meses até o resultado do vestibular. Foi quando juntei dinheiro e parti para a capital.
Em Belo Horizonte, eu dei aulas em uma escola de inglês – curso livre – fiz estágio no COLTEC e retornei para o mercado de trabalho – na Cultura Inglesa – onde trabalho até hoje. Lá, estudei inglês e me preparei para o exame CAE de Cambridge, que passei com nota máxima, e me dediquei a aperfeiçoar minha pronúncia, gramática e vocabulário. No momento, estou me preparando para viajar para a Inglaterra, onde farei um curso para professores – terei aulas tanto de inglês avançado quanto de estratégias de ensino.
Nunca gastei um centavo com aulas de inglês. Sempre tive oportunidades que agarrei para aprender o idioma. Estudei muito em casa e sempre levei a língua a sério. Também devo dizer que aprendi muito pouco na escola. De fato, tive apenas dois professores lá: uma que me acompanhou da quinta a oitava série, como relatei; e outro que me acompanhou pelo ensino médio. O professor do ensino médio nos mandava apenas traduzir textos para o português. Apesar de falar inglês fluente e ter morado fora, a única vez em que falou comigo em inglês foi em um dia em que me perguntou: "What day is today?". Ele parecia, de fato, mais interessado em ensinar história e geografia do que a própria língua.
Eu posso contar, no total, oito professores que participaram diretamente do meu aprendizado de inglês. Apenas dois deles realmente me inspiraram. Os outros me ensinaram o que não queria fazer quando me formasse e me policio frequentemente para não cometer o mesmo erro que eles.